Dos Altares às Universidades: A Recepção das Obras de Edith Stein no Brasil (1948-2018).

Resumo

O presente artigo analisa a recepção do pensamento de Edith Stein no Brasil a partir de uma perspectiva histórico-intelectual, com ênfase nos diálogos entre fenomenologia, psicologia e experiência religiosa. Parte-se da hipótese de que a consolidação dos estudos steinianos no país ocorreu por meio de um processo em duas grandes fases: uma primeira, marcada por leituras predominantemente biográficas, hagiográficas e confessionais, vinculadas ao catolicismo leigo e institucional; e uma segunda, caracterizada pela progressiva inserção acadêmica da obra de Stein no âmbito universitário, especialmente a partir do final da década de 1980. Nesse percurso, destaca-se o papel central da Irmã Jacinta Turolo Garcia, cuja atuação intelectual, editorial e institucional foi decisiva para a transição da recepção steiniana dos “altares” para as “universidades”. Fundamentado em documentação historiográfica, textos filosóficos e análises presentes na tese Altares e Universidades, o artigo busca demonstrar que o pensamento de Edith Stein oferece uma contribuição singular para a compreensão da pessoa humana, articulando rigor fenomenológico, reflexão psicológica e abertura à experiência religiosa, mantendo plena atualidade nos debates contemporâneos das ciências humanas.