Uma Introdução ao Problema da Empatia como Fundamento para a Antropologia Fenomenológica de Edith Stein.
Palavras-chave:
Valores., Entropatia, FenomenologiaResumo
Este artigo examina a análise fenomenológica da empatia (Einfühlung) – tratada como entropatia, entendida para além da compaixão ou simpatia — como base fundamental para a antropologia filosófica de Edith Stein. O objetivo é esclarecer como a empatia revela tanto a estrutura universal do ser humano (dimensões corpórea, psíquica e espiritual) quanto a singularidade irredutível de cada pessoa, fundamentando a vida comunitária e a responsabilidade ética. Metodologicamente, utiliza-se uma revisão bibliográfica e uma leitura atenta dos principais escritos de Stein sobre intersubjetividade – especialmente sua tese de doutorado de 1917 – complementada por materiais autobiográficos para contextualizar o desenvolvimento de seu projeto e seu diálogo com a fenomenologia de Husserl. Por meio de reduções eidéticas e transcendentais, a empatia surge como um ato sui generis que permite o acesso cooriginário à experiência vivida do outro sem fundir sujeitos, revelando assim o caráter intencional e carregado de valores dos atos pessoais. O estudo conclui que a empatia é constitutiva para a formação plena do eu como sujeito espiritual, livre e responsável; enriquece o autoconhecimento, apoia o reconhecimento, o compartilhamento de valores e sustenta a objetividade intersubjetiva. Além disso, abre um caminho para a transcendência, tal como aconteceu com Edith Stein, ao iluminar como a apreensão da interioridade do outro pode expandir o horizonte axiológico e motivar o engajamento prático consistente com o florescimento pessoal e comunitário.