Edith Stein: mediação social, política e cultural entre os séculos XIX e XX.

Resumo

O artigo em epígrafe dedica-se a examinar alguns dos principais movimentos políticos, sociais e culturais que marcaram a Alemanha no final do século XIX e nas primeiras décadas do século XX, bem como o modo como tais acontecimentos impactaram a trajetória de Edith Stein. Filósofa, mulher engajada, judia convertida ao catolicismo, professora e intelectual politicamente atuante, Stein viveu em um contexto de intensas transformações históricas. Sua vida atravessou períodos decisivos, como o desfecho da Primeira Guerra Mundial, o conturbado processo de formação e consolidação da República de Weimar e, posteriormente, a ascensão do regime nazista, culminando em sua morte na câmara de gás de Auschwitz-Birkenau, em 1942. O estudo busca analisar como as experiências pessoais, acadêmicas e espirituais de Edith Stein foram moldadas por esses acontecimentos políticos e culturais, especialmente diante da atmosfera de instabilidade social, crise econômica e radicalização ideológica que caracterizou a Alemanha do período. Destaca-se, nesse percurso, sua incessante busca por identidade e verdade, marcada pela tensão entre sua herança judaica, sua conversão ao catolicismo e sua atuação intelectual em um ambiente permeado pelo crescente antissemitismo e pela repressão política. Ao situar a trajetória de Stein nesse cenário, pretende-se evidenciar a complexa relação entre indivíduo e história, revelando como escolhas existenciais e intelectuais são indissociáveis do contexto em que se desenvolvem.